Diabetes Mellitus em cães e gatos

Diabetes Mellitus em cães e gatos

O que é a Diabetes Mellitus?

A Diabetes Mellitus é considerada uma das doenças endócrinas mais comum em cães e gatos. Resulta da deficiente utilização do organismo do seu animal pela sua principal fonte de energia, a glucose (açucar). Para que a glucose possa ser utilizada enquanto fonte de energia é necessária a insulina (uma hormona que é produzida pelo pâncreas).

A hiperglicemia (taxa elevada do nível de açucar no sangue) deve-se em alguns casos à insuficiente produção de insulina e noutros à sua ação insuficiente. Se a glucose não for utilizada pelo organismo do seu animal vai acumular-se no sangue levando à hiperglicemia.

A Diabetes Mellitus do tipo 1 é considerada o tipo mais comum de diabetes em cães, sendo semelhante à Diabetes Mellitus do tipo 1 em humanos (dependente unicamente do tratamento com insulina) enquanto que, a Diabetes Mellitus na maioria dos gatos se assemelha à Diabetes Mellitus do tipo 2 em humanos (não dependente apenas do tratamento com insulina).

Gato com diabetes

Quais são os sinais clínicos mais comuns?

Cães e gatos podem desenvolver a doença de forma silenciosa ao longo de semanas, o que pode passar despercebido ao proprietário durante algum tempo. Os primeiros sinais evidentes são:

  • aumento do apetite;
  • aumento da ingestão de água (sede excessiva);
  • aumento da eliminação urinária (urina frequentemente);
  • perda de peso.
Sintomas de diabetes em cães e gatos
Infografia com sintomas de diabetes em cães e gatos

Mas para além destes sinais também pode surgir:

  • letargia (fraqueza e perda de vivacidade);
  • problemas no pelo;
  • e redução da imunidade.

Numa fase tardia poderão surgir problemas visuais e cataratas, que podem levar à cegueira nos cães e à neuropatia periférica nos gatos, o que provoca fraqueza dos membros posteriores, com alteração da marcha e dor à locomoção.

Por esta razão, o diagnóstico precoce da diabetes no seu cão ou gato é muito importante.

Quais são os principais fatores de risco?

Em cães: A Diabetes Mellitus ocorre frequentemente em animais de meia-idade a idosos e por norma as fêmeas estão mais predispostas ao desenvolvimento da doença.

São vários os fatores predisponentes, nomeadamente, a genética, a obesidade, a pancreatite, a presença de outras doenças do foro endócrino, a administração de medicamentos que interferem com a ação da insulina, a presença de infeções e de doenças do foro cardíaco e renal. As raças mais predispostas são:

  • Schnauzer miniatura;
  • Bichon Frise;
  • Caniche miniatura;
  • Samoiedo;
  • Terrier tibetano;
  • Cairn terrier;
  • Yorkshire terrier;
  • Border terrier;
  • Labrador retriever.

Em gatos: A Diabetes Mellitus ocorre frequentemente em animais idosos e em machos; os animais castrados, apresentam maior risco para o desenvolvimento desta patologia do que as fêmeas.

São vários os fatores predisponentes: a genética, a obesidade, a inatividade física (sedentarismo), a administração de medicamentos que interferem com a ação da insulina, a presença de determinadas doenças nomeadamente, a pancreatite crónica, o hipertiroidismo e as patologias do foro cardíaco e renal.

Cão com diabetes mellitus

Como prevenir a diabetes no seu animal de estimação?

Pode não ser possível prevenir a sua instalação, no entanto a deteção precoce pode facilitar o controlo da doença e evitar ou mesmo atrasar as complicações da Diabetes Mellitus.

Siga algumas das nossas recomendações:

  • Leve o seu animal ao médico-veterinário pelo menos 1 a 2 vezes por ano;
  • Procure ajuda médica caso o seu animal apresente sinais ou alterações de comportamento sugestivos da presença de diabetes;
  • Forneça uma alimentação saudável, na quantidade adequada, seguindo as recomendações do médico-veterinário;
  • Estimule o exercício físico regular e controlado do seu cão e estimule o seu gato a brincar, de forma a evitar a obesidade.

Como tratar a diabetes?

Apesar da diabetes não ter cura, esta pode ser tratada com sucesso e para tal, é fundamental a colaboração do proprietário e que o seu animal seja seguido regularmente pelo médico-veterinário.

Tal como em humanos, o tratamento poderá incluir desde a insulinoterapia até medicamentos antidiabéticos orais, controlo adequado dos níveis de glucose sanguínea, plano alimentar ajustado e atividade física regular.

Quando não tratada, esta doença pode mesmo ser fatal.

Em caso de dúvidas sobre a saúde e bem-estar do seu animal de estimação, não hesite em contactar a equipa do Hospital Veterinário de Santa Marinha, com profissionais especializados ao dispor do seu animal 24 horas, 365 dias por ano.

Autor: Drª. Tânia Santos

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